Na vida
tudo é uma questão de perspectiva e momento. Existem alguns momentos da vida
que o tal do “foco” é tão grande em uma coisa que simplesmente esquecemos
outras que estam ao nosso redor. Sempre que alguém diz para mim: “queria ter
seu foco para conseguir emagrecer”, eu penso: na realidade eu deixei de lado a
palavra foco para olhar para o todo. A palavra “foco” as vezes não é empregada
da forma correta, pois é exageradamente usada ao pé da letra: meu “foco” é
passar na prova custe o que custar. Humm, custe o que custar? Até se lascar
todim? E o custo benefício disso? E depois que se lascar e passar na prova, o
nível de dano causado é remediável? Macho....muita calma nessa hora.
Foi
justamente quando mais empreguei a palavra foco (entre 2003 e 2010) que lasquei
minha saúde. Sim, foquei no trabalho, promoções, escrever meu primeiro livro em
inglês, fiz tudim que na época disse que estava “focado”, mas o custo disso foi
alto, muito alto. Tão alto que até hoje sofro consequências disso. Vamos lá, em
2010 fui dianosticado com “artrite no joelho” (tinha 36 anos macho...e achava que
isso era doença de velho), para você ter idéia do nível, eu não conseguia subir
uma escada que o joelho ou doía ou travava e eu ficava todo duro no meio da
escada. Era deprimente! Aí em 2011 fiz uma ultrasom abdominal e detectei que
estava com gordura no fígado, e o nível de gordura visceral era grande. Aí tu
pergunta: e o que isso tem haver com o foco? TUDO! Eu estava “focado” na minha
carreira e esquecia até de me alimentar corretamente, comia umas 5000 calorias
por dia, toda composta de junk food (tava quase sócio do McDonalds e do Burguer
King). Como diria uma amigo paulista: fOdido!
Foi aí que
resolvi mudar (ler este post) e tudo ficou beleza (não da noite pro dia). Quando
digo que ainda hoje eu sinto consequencia do uso errôneo da palavra “foco” é
por causa de algo que até hoje tenho: gordura visceral. Para os que me
acompanham sabem que competi mês passado aqui no Texas e pela primeira vez
ganhei uma competição (essa foi a minha terceira em três anos). Abaixo uma foto
de como estava no dia da competição:
Quem olha
essa foto já pula e diz: bicho, tem quase nada de gordura!! De fato, gordura
subcutânea eu medi e deu 6%, porém fiz um teste avançado (sem uso do calibre
que faz a leiura apenas da gordura subcutânea) e o resultado foi: 14% de
gordura. Arriégua mah, sério? Sério, só faltei dar uma voadora no médico, mas
ele foi logo me explicando: "51% desta gordura é visceral" ...diabé isso mah? Olha aí doidim onde fica essa gordura, entranhada nos orgãos:
No gráfico abaixo do
meu exame, note que o fitness score está quase 100% - o que mostra minha condição física boa, mas a gordura visceral tá lá, 51.9% para ser mais preciso. O médico continuou a explicação: “como você foi obeso por mais de uma
década, você acumulou muita gordura visceral, isso não está lhe atrapalhando e
nem é perigoso neste ponto, pois o que tem aí é pouco, portanto não fique
decepcionado, faz parte e essa gordura talvez diminua em para 25% daqui a uns 5
a 10 anos se você continuar fazendo o que faz hoje”.
Pois bem,
duas coisas importante que quero deixar para você refletir sobre este post:
- Não se compare com nimguém: cada pessoa tem uma necessidade física diferente, não deixe números guiarem como você se sente, não é por que um exame avançado me mostrou que tenho 14% de gordura onde 51% é visceral, que eu vou ficar doido...pelo contrário, o importante é como você se sente. E isso vale para tudo, se você está em um “shape” que se sente bem (mesmo que esteja acima do peso), então seja feliz, mas lembre-se que gordura no corpo não traz benefícios e não é por que seu colesterol está bom que você é um gordim saudável (eu pesava assim até mes lascar todo). Tenha sempre acompanhamento médico para saber seus números e monitorar a evolução deles. Por fim, não se compare com outros pois não é justo para você e nem para a outra pessoa, são dois corpos diferentes, metabolismo diferente, genética diferente, necessidades fisiológicas diferente....emfim, não da para comparar.
- Cuidado com o uso execessivo da palavra “foco”: o foco não pode ser cego, sempre observe todos aspectos da sua vida, sua família, seu trabalho, sua carreira, seus hobbies, seus valores, sua saúde e tudo que é importante para você. Mantenha o balanceamento de tudo, e ao focar em uma tarefa, saíba das consequências que a mesma terá nos outros pilares da sua vida e veja como fazer para mitigar possíveis problemas antes que eles ocorram.
Abraços e até a próxima!
2 comentários:
Impressionante como seus artigos são tão enriquecedores. A 2 anos fiquei focado 150% em apenas uma área de minha vida, a profissional, esquecendo em muito outras áreas como Saúde, Familia, e inclusive capacitação. Hoje colho dolorosamente, mas pacientemente, as demais área se ajustarem. Inclusive foi quando além de acompanhar sua evolução, passei a ler mais sobre o assunto através dos livros: O poder da ação (Paulo Vieira), A coragem de confiar (Roberto Shinyashiki) e mais recentemente o Ready, Set, Archive (Yuri Diogenes).
As vezes soa como inacreditável ainda teres alguma gordurinha localizada, mesmo que viseral. :).
Sucesso e parabens.
@Gorki - obrigado pelo feedback e espero que esteja conseguindo o balanceamento necessário na vida. Grande abraço!
Postar um comentário