domingo, agosto 21, 2016

Chegar ao destino mas sempre sabendo que não é o fim

Os últimos 30 dias para mim foram super intensos, pois foi a reta final de algo que começou em Abril deste ano. Em Abril comecei minha preparação para o campeonato NPC (liga amadora de fisiculturismo dos EUA) Vickie Gates. Foram 16 semanas de treino intensos, mas sempre lembrando que isso é meu hobby e não meu trabalho, ou seja, não poderia deixar isso influenciar nas minhas atividades no meu trabalho na Microsoft e nos meus projetos a parte, pois estava escrevendo o livro de Azure Security para Microsoft Press (que apesar de ser Microsoft, não tem nada haver com o que faço durante o dia na Microsoft em si – é um contrato a parte e só posso escrever fora do meu horário de trabalho). Para completar minha escassez de horário, resolvi entrar na banda de adultos da School of Rock, com ensaios semanais as quartas, de 8:45 as 11 da noite. E também fui convidado pelo meu antigo treinador (Greg McCoy) para ser coach motivacional do grupo de pessoas que estavam no desafio de Transformação (Transformation Challenge). 


No topo disso minha vida particular não pode ser afetada, acompanhar minhas filhas nas atividades delas, piscina em churrasco no final de semana com as meninas e esposa, em fim...tudo que tem que ser feito.


Como parte do treinamento de preparação para o Vickie Gates, tinha que treinar duas vezes por dias nas primeiras 12 semanas, e no último mês, 3 vezes por dia. Durante o primeiro treino que ocorria 5 da manhã (1 hora de cardio em jejum na escada), eu sempre procurava ouvir um livro motivacional (via Audiobook) e no último mês resolvi ouvir o livro The Golden Rules: 10 Steps to World-Class Excellence in Your Life and Work – escrito por Bob Bowman (treinador do Michael Phelps).
Esse livro para mim foi um fator determinante do meu sucesso nestes últimos 30 dias, tá certo que esses últimos 30 dias foram o “sprint” final, pois não devo ignorar o trabalho realizado a cada mês desde Abril, mas muitas vezes é na reta final que você pode cometer erros que vão colocar todo o trabalho dias meses em perdição, e era isso que estava tentando evitar. O livro traz 10 regras básicas para suceder no esporte, na carreira e na vida como um todo. O Bob fica falando sobre as regras e exemplificando como elas foram aplicadas ao Michael Phelps durantes os 15 anos que trabalhou com ele (esse é um livro novo, saiu aqui nos EUA agora em Maio, então cobre também fatos da preparação para Rio 2016).


Quanto mais eu ouvia, mais eu me identificava com coisas que eu já fazia, inclusive coisas que usei no meu livro Alcancer seu Melhor, pois são coisas que quando começamos a fazer vimos que é básico, todo mundo sabe, mas nimguém faz, justamente por ignorar o fator de que os pequenos detalhes fazem a diferença. Por exemplo, regra 5.1 do livro do Bob: “Sucesso se torna uma rotina quando você tem uma rotina”. Eu sou movido a rotina, até mesmo quando estou viajando que minha rotina vai sair do normal, tento planejar como será cada passo da minha semana neste local remoto, que horas devo acordar para treinar, que horas devo me alimentar, como irei desempenhar minhas tarefas fora de casa, que horas vou falar com minhas filhas e esposa via Skype...tudo está coberto. Sei que somos humanos, e sei que não temos controle do tempo, da natureza e da grande maioria das situações, mas se temos uma rotina e temos um plano diário para executar, pelo menos temos um “norte” para seguir e fazer acontecer, podemos não ter controle de tudo, mas temos que ter a resposabilidade de dizer: o que eu tinha para fazer e estava no meu controle de executar, eu fiz conforme o planejado.

A disciplina de fazer acontecer diariamente é o que vai determinar o que você colhe no futuro, sem sombra de dúvida. Pois bem, o primeiro desafio de Julho foi dia 22 de Julho, bater o peso de 185 libras para entrar na categoria meia pesada do Vickie Gates, feito com sucesso. Entrei em 4 divisões, ganhei 3 e fiquei em quarto lugar em outra: missão cumprida


E agora? Neste âmbito estava coberto, pois já sabia que o que queria. Após competir no Sábado e ganhar, tirei o Domingo off de treino e na segunda voltei para o treino e para o programa nutricional. Olhando para frente e pensando: agora estou a 4 semanas da próxima competição: Bob NPC Championship! Vamos nessa.

Agora veja bem, isso foi no sábado, tirei o Domingo off de treino e no Domingo a noite viajei para Seattle para participar do TechReady (maior evento técnico interno da Microsoft), iria palestrar sobre Azure Security Center. Mantive meu plano nutricional em pleno um evento cheio de “guloseimas”, treinei todos os dias 4 horas da manhã, para não atrapalhar o evento e para também ter tempo de estudar. Entreguei a palestra com sucesso, ótima avaliação do público com score de 4.78 (de 5), volto para casa realizado e sabendo de uma coisa: ainda não acabou. Chegando em casa dia 29 de Julho, reviso o último capítulo do livro de Azure Security e entrego a revisão final. O prazo que recebemos da Microsoft Press para entregar o livro completo era dia 30 de Julho, finalizamos dia 29, mais uma missão cumprida. Mas, o melhor de tudo era saber: ainda não acabou!


Semana seguinte começa ocupada, entrevista para o Canal 9 sobre Azure Security Center e OMS, feita com sucesso e já vistas 19 mil vezes (até agora), em seguida recebi uma ligação de uma jornalista da TechTarget me pedindo uma entrevista sobre Segurança de dispositivos móveis, feito e publicado por ela


De alguma forma essa agenda que para muitos parece louca, para mim torna-se divertido, pois é “diversificada” e “desafiadora”, mudar minha mente para tocar bateria com a banda, depois treinar para um campeonato de fisiculturismo e depois imegir no mundo de tecnologia e segurança, me deixa motivado....e ter minha linda família ao meu lado para celebrar tudo isso me traz a paz e a motivação para continuar. Ontem meu mês chegou a 99% do fim com um ótimo terceiro lugar em um campeonato lotado de grandes atletas, mais uma excelente experiencia para mim que estou sempre procurando aprender mais e mais neste esporte.


Digo 99% pois hoje tenho minha estreia na bateria da banda da School of Rock, tocando em uma das maiores casas de show aqui da redondeza de Fort Worth, o famoso Billy Bobs. O melhor de tudo é que o show começa com a Ysis tocando bateria (Hole in the Sky do Black Sabbath), depois entra a Yanne cantando Eagles e eu termino a noite com Guns and Roses e outras músicas. Sem dúvida um desfecho perfeito para este final de semana.



Mas sabe o que é o melhor de tudo? É que eu sei a resposta do: e agora? Sabe por que isso é importante? Pois um dos grandes problemas de algumas pessoas que chegam ao seu destino é não saber que aquele destino NÃO pode ser o final, a vida é uma eterna (enquanto estamos vivos claro) jornada de conquistas e perdas, mas sempre precisamos olhar para frente e procurar o progresso. Não saber para onde ir ao chegar no destino pode ser a diferença entre um sucesso temporário e um sucesso constante. Quantos atletas Olímpicos (principalmente os que não tem patrocinio) ganham a sonhada medalha e depois se perguntam: puxa, e agora que consegui, o que faço com isso? Muitos não sabem capitalizar em cima desta conquista e sequer sabem o que fazer de agora em diante.

Por isso digo: na vida você sempre tem que ter a visão de onde você quer chegar, mas sempre sabendo que SEMPRE, sempre há algo mais e que você enquanto estiver vivo, poderá continuar evoluindo, desde que tenha saiba como trabalhar sua mente para manter-se  auto-motivado a desafiar-se mesmo quando todos estam lhe aplaudindo dizendo que você já fez tudo que tinha que ser feito. Sempre há algo mais para fazer, nem que para isso você tenha que abraçar outra área. Quer exemplo melhor? Michael Phelps se aposentou e a declaração dele no final foi: isso não é o fim mas o começo de outra jornada. Como li o livro do técnico dele, sei do que ele está falando e anote: o Michael vai fazer ainda mais pelo esporte da natação fora das piscinas do que ele fez dentro e é esse o grande desafio dele agora.

Em suma: não há fim, apenas pequenas pausas para celebrar uma conquista e ficar feliz pelo começo de outra jornada.


Abraços!

sexta-feira, agosto 12, 2016

O Equilíbro da Família

A cada dia que passa vejo o quão importante é ter um bom equilíbrio familiar, onde tudo começa (no meu caso) na escolha de uma esposa que agregue, que te traga paz e seja sua parceira em todos momentos. Mês que vem vou completar 18 anos com minha esposa, não comemoro data de casamento, pois na realidade minha vida começou a mudar positivamente desde o dia que à conheci em 1998. Depois que encontrei esse equilíbrio minha vida mudou para melhor, e com vários “upgrades”, que foram minhas filhas Yanne e Ysis.


Estou tocando neste assunto pois ontem durante uma reportagem com o Phelps ele disse: “nunca vivi um momento tão bom na minha vida, tenho um filho, uma linda esposa que me ama, tenho todos que me amam ao meu redor e faço o que gosto que é nadar – tenho paz.” Ontem notei o quanto o Phelps se emocionou durante o recebimento da sua 4 medalha de ouro seguida (22 no total até agora), e pensei: “poxa, esse cara já viveu esse momento 22 vezes e ainda está chorando ao ouvir o hino? Tem algo a mais aí.” E não deu outra, depois do hino a reporter fez justamente essa pergunta e ele disse: “é que naquele momento muita coisa passou na minha cabeça, o que vivi até agora, os problemas e como é bom estar aqui e vivendo este sonho.”

Aqui estamos falando de um cara que antes das Olimpíadas de Londres estava totalmente desequilibrado, brigando com o treinador, faltando treinos e fazendo besteira na vida pessoal. Mesmo assim ganhou seis medalhas em Londres, porém no mesmo ano (2014) a falta de estabilidade emocional ainda tomava de conta dele, e ele foi pego pela polícia dirigindo bêbado. Em uma entrevista 100 dias antes das Olimpíados do Rio ele disse: “naquele dia que fui preso, minha mãe apenas ficou feliz de eu estar vivo, pois ela estava vendo que eu estava indo para um caminho sem volta.” Phelps ficou 45 dias em Rehab (Reabilitação) e enquanto estava lá, um amigo da NFL (Ray Lewis) o presenteou com um livro chamado “The Purpose Driven Life”, onde ele literalmente disse: “não tenho como lhe agradecer, esse livro salvou minha vida.” Meses depois ele pediu a noiva em casamento e em seguida teve um filho. Pronto, nascia um novo Phelps!


Neste pequeno trecho temos quatro grandes fatos:
  • O suporte incontestável da mãe (já que o Pai saiu de casa quando ele tinha apenas 9 anos)
  • Amigos de verdade que vão aparecer não apenas para celebrar vitórias, mas sim nos momentos mais necessários (durante as derrotas)
  • As palavras que ele leu no livro (que não quero entrar no âmbito de religião, mas que tal livro basicamente fala de Deus)
  • A construção de uma família, uma esposa que apoia e um filho....que é o maior presente que qualquer pessoa pode ter na vida
A vida muitas vezes parece complicada, mas quando observamos que com estes quatro fundamentos podemos construir uma base para alcançarmos nossos objetivos, as coisas ficam menos complicadas. Sem uma base sólida, onde estes quatro pilares existam (e se você é ateu tudo bem, pois você vai dispensar o terceiro pilar por uma questão de crença – e eu respeito sua opinião, desde que respeite a minha), a vida fica um pouco sem sentido e por isso mesmo uma pessoa de sucesso como o Phelps, passou por momentos onde ele perdeu a paixão por fazer o que ele mais ama, que é nadar....pois na época também perdeu a paixão por viver, que é algo incrível que temos o privilégio de fazer todos os dias.

terça-feira, agosto 09, 2016

Olimpíadas 2016 - Muitas lições em pouco tempo

Ao contrário da Copa, onde o foco era apenas um esporte, as Olimpíadas trazem diferentes esportes e diferentes perspectivas de preparação física e mental que cada atleta precisa passar. Existe um clima diferente ao se dizer: sou um atleta olímpico. Independente de qual país seja, um atleta olímpico está alí depois de muito esforço pessoal, não interessa se o mesmo está em um país rico ou pobre, o esforço individual da classificação para tornar-se um atleta olímpico tem que ser respeitado.

Muitos deles tem um grau de dificuldade de vida maior, mas na hora que estão na quadra, no tatâme, no campo, na pista, na piscina, ou seja onde for: eles são todos atletas olímpicos e precisam ser respeitados por isso. Respeito esse que vai muito além de partido político, situação financeira do páis a qual o atleta representa, regime, religião ou qualquer outra influência externa. Trata-se de um atleta que passou anos se preparando para talvez performar por apenas um minuto, e esse um minuto para ele é sagrado e precisa ser aplaudido – e não vaiado.

O desrepeito ao vaiar-se um atleta olímpico é uma falta de educação tremenda, que infelizmente é algo que vem acontecendo no Rio 2016. Sim, a festa de abertura foi perfeita, foi fantástica, agora vamos também mostrar educação durante os jogos, pois o que se vê são manifestações como se estivesse ali jogando dois times de futebol local. Você sabe o que um atleta olímpico ralou para estar ali e você vaiar? Então cale-se!

Atleta olímpico é superação independente de nacionalidade, por sorte ontem tivemos uma Brasileira que mostrou uma raça e um coração enorme, que talvez muitos brasileiros (os que criticaram ela) nem mereçam. Não tenho dúvidas que a disciplina militar da Marinha do Brasil ajudou a esculpir esta campeão, que enfrentou críticas e preconceitos. Mostrou que disciplina, consistência e acima de tudo: vontade de vencer acreditando em você e nas suas capacidades, podem lhe levar longe. Parabéns Rafaela!


E para quem acha que no esporte existe fronteiras e que só por que está nos EUA já vai dar tudo certo, Simone Biles é um exemplo de quem teve sérios problemas na infância. Filha de uma mãe viciada em drogas acabou tendo que ser adotada por uma outra família e nessa turbulência, encontrou no esporte (ginástica) uma forma de concentrar seus esforços e sua força. Hoje está no Rio, entre uma das melhores dos time dos EUA.

Para os “não atletas”, muitas vezes um minuto não é nada, e é aí que muitos cometem um grande erro: ignorar os detalhes. Na minha época de colégio, como golerio de Futsal eu tinha a noção que um minuto era suficiente para mim ser o heroi da partida ao defender uma bola difícil, ou o vilão ao levar um frango. Então sempre me antentei muito aos pequenos detalhes, depois que deixar de ser atleta e o bucho cresceu, comecei a ignorar um pouco os detalhes, inclusive o tamanho da pança. Somente depois de voltar a ser atleta já nos 39 anos, vi o quão importante é manter-se atento aos detalhes em tudo que faz nada vida.

Quantas pessoas eu já entrevistei para entrar no meu time na Microsoft que bombaram logo nos primeiros 2 minutos por falta de preparação? Várias! Esta primeira impressão e este primeiro contato fica marcado, e torna-se complicado reverter (note que digo complicado, e não impossível). O mesmo ocorre quando estou palestrando, e tento fazer dos primeiros minutos da palestra algo que imediatamente faça com que o cara pense: opa, vim para o canto certo! Detalhes...detalhes e mais detalhes!

No fisiculturismo treinamos o ano todo para 1 ou 2 minutos de comparação no palco. Tudo é importante, não só o tamanho muscular, mas a definição, simetria e principalmente: como você se apresenta. Na minha última competição estava esperando entrar e no backstage vi que o grupo era equilibrado, mas tinha um cara que se destacava, e pensei: é, esse aí pode me bater. Porém ao entrar no palco e começar as poses mandatórias para avaliação, percebi que ele não sabia pousar, o cara era grande, mas não sabia contrair o músculo ao ponto de destacá-lo. Durante minha preparação treino isso pelo menos um hora por dia, três vezes na semana. Repetitivo, uma hora de poses mandatórias, faz, refaz, faz de novo, até exaustão. Então para mim, ao perceber isso, não só me senti mais confiante mas também usei ao meu favor.


Preparação é super importante! Desde 2011 eu e o Tom Shinder palestramos juntos, e uma coisa que sempre fazemos duas semanas antes da nossa apresentação é ensaiar. Fazemos uma sessão Skype, compartilhamos nossa deck e cada um fala sua parte. Identifcamos pontos de melhora um do outro e partimos adiante para melhorar no segundo ensaio. Ao chegamos no palco sabemos exatamente o que cada um vai falar, o ponto que devemos interromper, e até mesmo as brincadeiras que podemos fazer.


Minha filha Ysis tem 7 anos, começou a tocar bateria com 6 e já fez vários shows aqui no Texas. O Professor dela no último show deu uma música considerada difícil para a idade dela, trata-se da música Eletric Funeral do Black Sabbath. No primeiro dia que estavamos em casa tocando ela literalmente chorou dizendo que era muito difícil e não ia conseguir. Eu olhei para ela e disse: você vai conseguir, mas para isso você precisa praticar, e depois pratica mais, e quando estiver cansada, pratica mais ainda. Ela respirou fundo e voltou para bateria, ficou praticando e melhorando. Durante um mês ela tocava essa música todo santo dia, mais de uma vez por dia. Resultado: no dia do show arrebentou! Prática leva a perfeição, em tudo que se faz na vida.


Temos muito para aprender com os atletas que praticam seus movimentos diariamente, várias vezes por dia até a exaustão. Temos muito que aprender com estes atletas que nunca desistem, mesmo quando a situação não está favorável. Temos muito que aprender com estes atletas que estão sempre atentos aos detalhes.

Da próxima vez que pensar em vaiar um atleta, reflita e apenas aplauda!
  

segunda-feira, agosto 08, 2016

Sempre há uma razão para melhorar, procure a sua

Semana passada conversando com um amigo ele me falou dos altos e baixos na vida dele, principalmente no quesito balança. O efeito sanfona das “dietas” de fases e dos shakes milagrosos. Uma das coisas que ele indagou foi: “cara, vejo que você tinha um objetivo para emagrecer, queria ser fisiculturista, eu não tenho essa motivação e nem quero isso.”

Uma das coisas que as vezes pode não ficar claro é que quando comecei a emagrecer, o fisiculturismo era uma visão de futuro, tanto é que comecei minha jornada em Outubro de 2011 e só subi no palco pela primeirav vez em Junho de 2014, porém um ano após o começo da minha jornada já tinha perdido 45 kilos e já vivia melhor. Sem contar os problemas de saúde que citei no post anterior. Mas o fato é que sempre temos um motivo para mudar, e se você acha que não tem razão para mudar, então estas em uma zona perigosa, que é a zona de conforto. Sempre há algo na vida que pode ser melhorado, pois ficar nesta zona de conforto pode trazer estagnação e com isso retardamento do progresso. Novamente, estou falando em tudo na vida, não só fisicamente, até na carreira se você nao estiver sempre com novos desafios, voce cai na mesmice e se você se acostuma na mesmice, você apenas “bate o ponto” no dia a dia da vida.

Essa semana minha filha mais nova completa 8 anos, e revendo alguns vídeos antigos achei este vídeo onde estava com ela, ensinando os primeiros passos e quando vi como eu era pensei: como cheguei a esse tamanho?”. Ao mesmo tempo fiquei satisfeito em ver que no momento em que pensamos é hora de mudar, e partimos para cima com um plano de ação que será executado constantemente, temos resultados. Como diz essa música do Aerosmith, sonhe....sonhe até que seus sonhos virem realidade.


 Uma boa semana para todos e que seus sonhos se transformem em realidade!


quinta-feira, agosto 04, 2016

Efeitos colaterais do excesso de foco

Na vida tudo é uma questão de perspectiva e momento. Existem alguns momentos da vida que o tal do “foco” é tão grande em uma coisa que simplesmente esquecemos outras que estam ao nosso redor. Sempre que alguém diz para mim: “queria ter seu foco para conseguir emagrecer”, eu penso: na realidade eu deixei de lado a palavra foco para olhar para o todo. A palavra “foco” as vezes não é empregada da forma correta, pois é exageradamente usada ao pé da letra: meu “foco” é passar na prova custe o que custar. Humm, custe o que custar? Até se lascar todim? E o custo benefício disso? E depois que se lascar e passar na prova, o nível de dano causado é remediável? Macho....muita calma nessa hora.

Foi justamente quando mais empreguei a palavra foco (entre 2003 e 2010) que lasquei minha saúde. Sim, foquei no trabalho, promoções, escrever meu primeiro livro em inglês, fiz tudim que na época disse que estava “focado”, mas o custo disso foi alto, muito alto. Tão alto que até hoje sofro consequências disso. Vamos lá, em 2010 fui dianosticado com “artrite no joelho” (tinha 36 anos macho...e achava que isso era doença de velho), para você ter idéia do nível, eu não conseguia subir uma escada que o joelho ou doía ou travava e eu ficava todo duro no meio da escada. Era deprimente! Aí em 2011 fiz uma ultrasom abdominal e detectei que estava com gordura no fígado, e o nível de gordura visceral era grande. Aí tu pergunta: e o que isso tem haver com o foco? TUDO! Eu estava “focado” na minha carreira e esquecia até de me alimentar corretamente, comia umas 5000 calorias por dia, toda composta de junk food (tava quase sócio do McDonalds e do Burguer King). Como diria uma amigo paulista: fOdido!

Foi aí que resolvi mudar (ler este post) e tudo ficou beleza (não da noite pro dia). Quando digo que ainda hoje eu sinto consequencia do uso errôneo da palavra “foco” é por causa de algo que até hoje tenho: gordura visceral. Para os que me acompanham sabem que competi mês passado aqui no Texas e pela primeira vez ganhei uma competição (essa foi a minha terceira em três anos). Abaixo uma foto de como estava no dia da competição:


Quem olha essa foto já pula e diz: bicho, tem quase nada de gordura!! De fato, gordura subcutânea eu medi e deu 6%, porém fiz um teste avançado (sem uso do calibre que faz a leiura apenas da gordura subcutânea) e o resultado foi: 14% de gordura. Arriégua mah, sério? Sério, só faltei dar uma voadora no médico, mas ele foi logo me explicando: "51% desta gordura é visceral" ...diabé isso mah? Olha aí doidim onde fica essa gordura, entranhada nos orgãos:


No gráfico abaixo do meu exame, note que o fitness score está quase 100% - o que mostra minha condição física boa, mas a gordura visceral tá lá, 51.9% para ser mais preciso. O médico continuou a explicação: “como você foi obeso por mais de uma década, você acumulou muita gordura visceral, isso não está lhe atrapalhando e nem é perigoso neste ponto, pois o que tem aí é pouco, portanto não fique decepcionado, faz parte e essa gordura talvez diminua em para 25% daqui a uns 5 a 10 anos se você continuar fazendo o que faz hoje”.


Pois bem, duas coisas importante que quero deixar para você refletir sobre este post:
  • Não se compare com nimguém: cada pessoa tem uma necessidade física diferente, não deixe números guiarem como você se sente, não é por que um exame avançado me mostrou que tenho 14% de gordura onde 51% é visceral, que eu vou ficar doido...pelo contrário, o importante é como você se sente. E isso vale para tudo, se você está em um “shape” que se sente bem (mesmo que esteja acima do peso), então seja feliz, mas lembre-se que gordura no corpo não traz benefícios e não é por que seu colesterol está bom que você é um gordim saudável (eu pesava assim até mes lascar todo). Tenha sempre acompanhamento médico para saber seus números e monitorar a evolução deles. Por fim, não se compare com outros pois não é justo para você e nem para a outra pessoa, são dois corpos diferentes, metabolismo diferente, genética diferente, necessidades fisiológicas diferente....emfim, não da para comparar.
  • Cuidado com o uso execessivo da palavra “foco”: o foco não pode ser cego, sempre observe todos aspectos da sua vida, sua família, seu trabalho, sua carreira, seus hobbies, seus valores, sua saúde e tudo que é importante para você. Mantenha o balanceamento de tudo, e ao focar em uma tarefa, saíba das consequências que a mesma terá nos outros pilares da sua vida e veja como fazer para mitigar possíveis problemas antes que eles ocorram. 

Abraços e até a próxima!